terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

GUANAES: O MAIOR CULPADO PELO FRACASSO NO 1° TURNO?

 
Por: Rapha Cordeiro - @hcrapha on twitter
  Parto do princípio de que, no futebol, os jogadores são responsáveis diretos no espetáculo. Passar ou finalizar, pressionar ou cercar, são exemplos das diversas tomadas de decisão que os atletas precisam realizar e, para serem tomadas da maneira correta, eles precisam mais do que apenas a técnica para um determinado gesto/movimento. É preciso estar bem na parte tática, física e mental, e é aí que entram aqueles que, indiretamente, contribuem para o espetáculo.
    Num tempo do futebol em que a diferença técnica entre os jogadores é cada vez menor, o treinador, junto de sua comissão, ganha cada vez mais créditos e visibilidade. Um bom técnico não só escala o time no sistema tático de sua preferência, ele precisa também saber gerir um grupo de pessoas, buscar novas descobertas nos treinos (mesmo sabendo que, no Brasil, esse tempo é curto) e além de tudo isso, para que suas ideias sejam bancadas e bem executadas pelo elenco, motivar e, principalmente, integrar todos os jogadores.
    Para o grupo de aspirantes que disputa o Campeonato Paranaense, o Athletico apostou no jovem treinador (37 anos) Rafael Guanaes, que havia sido campeão da Copa Paulista pelo Votuporanguense. Chegando ao Furacão, ele teve a missão de disputar o Paranaense em um clube que, mesmo com o time B e vários jogadores jovens, chegaria como um dos favoritos ao título. Porém, a verdade foi que ele não conseguiu fazer o time jogar para isso.
    Taticamente, desde a base até o profissional, o clube tem como característica um jogo posicional e propositivo, que valoriza a posse. E o Athletico do Guanaes não é diferente nesse quesito. Entretanto, o que deu pra ver no 1° turno foi um time que consegue propor o jogo, mas cria poucas chances de gol. Sendo assim, os adversários que sabem disso apostam num jogo reativo de muita marcação e saída rápida, complicando e exigindo melhor repertório ofensivo ao Furacão. Além da parte tática, no que Guanaes igualmente errou foi em escalações e substituições. Nos primeiros jogos, fez mudanças aparentemente com pouco sentido e depois, de maneira teimosa, continuou bancando as mesmas táticas e escolhas que não funcionavam. Além disso, bancou jogadores experientes que não estavam rendendo, sendo que poderia dar as vagas a garotos de mais qualidade. Reginaldo e também, para muitos, Marquinho, são jogadores de maior experiência que talvez estejam rendendo menos que novatos de potencial, mas permanecem nos 11 titulares.
    Com a eliminação no 1° turno (Taça Barcímio Sicupira), o time de aspirantes terá 1 mês de preparação para a 2° etapa (Taça Dirceu Kruger) e, então, coloco a indagação: demitir Guanaes e apostar em outro treinador no meio do caminho, ou mantê-lo por conhecer o grupo mesmo sabendo de sua limitação? Na pesquisa do Diário do Furacão, no twitter (11/fev), a grande maioria dos torcedores (82%) demitiria Guanaes e dariam esse tempo de 4 semanas de treino para outro tentar fazer com que essa equipe evolua. Tenho a ideia de que uma "cara nova" para esse 2° turno seria interessante, mas tal mudança teria de ocorrer com alguém do próprio clube, que saiba dos ideais de jogo do CAP e que conheça os atletas.
    Por fim, vale ressaltar que o grande objetivo do clube não é a conquista do título, mas sim lançar, lapidar e até recuperar jogadores que possam futuramente servir à equipe principal. Todavia, todo time entra numa competição para ganhar e os torcedores querem a taça mesmo que não valha nada, como é o caso do Estadual, ainda mais vendo que o time tem potencial. Mas esse potencial, infelizmente, não foi aproveitado por Rafael Guanaes, que pode ter dado margem a perder o cargo, brevemente ou não. Aparentemente, a demissão não deve ocorrer e será dada mais uma chance a ele. O que temos de ter conhecimento é que esse grupo aspirante tem potencial para ir longe no campeonato e, na pior das hipóteses de o time continuar sem brilho, nossas jovens promessas não podem ser queimadas.
    Sabemos daqueles que possuem talento e que, inseridos num contexto mais saudável podem render. Nos resta torcer para que, independentemente do treinador que estiver à frente da equipe, veja que os garotos da copinha pedem passagem. Que Erick, Matheus Anjos e João Pedro são jóias que estão sendo usadas de maneira errada e precisam ser melhor lapidadas. Resolvendo primeiramente esses problemas, o grande passo para um 2°turno melhor que o 1° finalmente será dado.

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