Por: Rapha Cordeiro - @hcrapha on twitter |
Num tempo do futebol em que a diferença técnica entre os jogadores é cada vez menor, o treinador, junto de sua comissão, ganha cada vez mais créditos e visibilidade. Um bom técnico não só escala o time no sistema tático de sua preferência, ele precisa também saber gerir um grupo de pessoas, buscar novas descobertas nos treinos (mesmo sabendo que, no Brasil, esse tempo é curto) e além de tudo isso, para que suas ideias sejam bancadas e bem executadas pelo elenco, motivar e, principalmente, integrar todos os jogadores.
Para o grupo de aspirantes que disputa o Campeonato Paranaense, o Athletico apostou no jovem treinador (37 anos) Rafael Guanaes, que havia sido campeão da Copa Paulista pelo Votuporanguense. Chegando ao Furacão, ele teve a missão de disputar o Paranaense em um clube que, mesmo com o time B e vários jogadores jovens, chegaria como um dos favoritos ao título. Porém, a verdade foi que ele não conseguiu fazer o time jogar para isso.
Taticamente, desde a base até o profissional, o clube tem como característica um jogo posicional e propositivo, que valoriza a posse. E o Athletico do Guanaes não é diferente nesse quesito. Entretanto, o que deu pra ver no 1° turno foi um time que consegue propor o jogo, mas cria poucas chances de gol. Sendo assim, os adversários que sabem disso apostam num jogo reativo de muita marcação e saída rápida, complicando e exigindo melhor repertório ofensivo ao Furacão. Além da parte tática, no que Guanaes igualmente errou foi em escalações e substituições. Nos primeiros jogos, fez mudanças aparentemente com pouco sentido e depois, de maneira teimosa, continuou bancando as mesmas táticas e escolhas que não funcionavam. Além disso, bancou jogadores experientes que não estavam rendendo, sendo que poderia dar as vagas a garotos de mais qualidade. Reginaldo e também, para muitos, Marquinho, são jogadores de maior experiência que talvez estejam rendendo menos que novatos de potencial, mas permanecem nos 11 titulares.
Com a eliminação no 1° turno (Taça Barcímio Sicupira), o time de aspirantes terá 1 mês de preparação para a 2° etapa (Taça Dirceu Kruger) e, então, coloco a indagação: demitir Guanaes e apostar em outro treinador no meio do caminho, ou mantê-lo por conhecer o grupo mesmo sabendo de sua limitação? Na pesquisa do Diário do Furacão, no twitter (11/fev), a grande maioria dos torcedores (82%) demitiria Guanaes e dariam esse tempo de 4 semanas de treino para outro tentar fazer com que essa equipe evolua. Tenho a ideia de que uma "cara nova" para esse 2° turno seria interessante, mas tal mudança teria de ocorrer com alguém do próprio clube, que saiba dos ideais de jogo do CAP e que conheça os atletas.
Por fim, vale ressaltar que o grande objetivo do clube não é a conquista do título, mas sim lançar, lapidar e até recuperar jogadores que possam futuramente servir à equipe principal. Todavia, todo time entra numa competição para ganhar e os torcedores querem a taça mesmo que não valha nada, como é o caso do Estadual, ainda mais vendo que o time tem potencial. Mas esse potencial, infelizmente, não foi aproveitado por Rafael Guanaes, que pode ter dado margem a perder o cargo, brevemente ou não. Aparentemente, a demissão não deve ocorrer e será dada mais uma chance a ele. O que temos de ter conhecimento é que esse grupo aspirante tem potencial para ir longe no campeonato e, na pior das hipóteses de o time continuar sem brilho, nossas jovens promessas não podem ser queimadas.
Sabemos daqueles que possuem talento e que, inseridos num contexto mais saudável podem render. Nos resta torcer para que, independentemente do treinador que estiver à frente da equipe, veja que os garotos da copinha pedem passagem. Que Erick, Matheus Anjos e João Pedro são jóias que estão sendo usadas de maneira errada e precisam ser melhor lapidadas. Resolvendo primeiramente esses problemas, o grande passo para um 2°turno melhor que o 1° finalmente será dado.
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