domingo, 24 de fevereiro de 2019

ATHLETICO DE 2019 E SUAS MUDANÇAS TÁTICAS

Texto de Rapha Cordeiro
@hcrapha on twitter
Desde o dia 14/01 o Athletico faz sua pré-temporada visando a estréia na maior e mais disputada competição do continente: a Libertadores da América. Além da preparação diária no Caju, o time fez jogos-treinos e amistosos para que Tiago Nunes pudesse acelerar o ritmo da equipe no individual e coletivo. No entanto, sabemos que "treino é treino e jogo é jogo" e por mais fortes que sejam os treinos e amistosos, a pegada não é a mesma de uma partida de Libertadores, ainda mais contra boas equipes que já vêm jogando partidas oficiais. Porém, é um preço certo a se pagar, visto que o time tem mais tempo para entender as ideias do treinador e fisicamente, por mais desgastante que possam ser os primeiros jogos, no decorrer da temporada os jogadores do clube estarão à frente dos demais.
   Nos dois amistosos da equipe que foram abertos ao público e também transmitidos, o Athletico enfrentou duas equipes paraguaias: General Díaz e Guaraní, respectivamente. Tecnicamente, são equipes inferiores ao nível da fase de grupos do Furacão. Todavia, foram bons testes para Tiago Nunes, que pôde mostrar para a torcida a "cara" do time, e este experimentar o clima de um jogo no caldeirão.
   O que deu pra sentir foi uma equipe que, em relação ao campeão da Sul-Americana, joga com os mesmos conceitos. Sem a bola, tenta apertar a saída do adversário. Com bola, procura ter a posse, tenta sempre sair jogando de trás e possui todas as características de um jogo posicional. Quando perde a posse, o objetivo é realizar o "pressing", que consiste em pressionar o portador da bola para roubá-la novamente.
Time aperta a saída de bola, fazendo o adversário dar chutão.

Time sempre tenta sair jogando, mesmo que pressionado.

Time pressionando o portador da bola após perder a posse.
   Apesar dos conceitos continuarem os mesmos em relação ao ano passado, houveram mudanças no sistema tático: o time atuou em grande parte do tempo num 4-1-4-1, em ambos os jogos. Sem a bola são duas linhas de 4, com 1 volante intermediando elas e apenas 1 atacante mais à frente, diferentemente do ano passado, em que o time se defendia num 4-4-2. E qual a diferença? o primeiro esquema  citado dá mais proteção e evita o jogo entrelinha, e o segundo provoca maior pressão na saída do adversário. Porém, o interessante é que mesmo jogando no 4-1-4-1, encaixes de marcação podem ser feitos e o time voltar ao 4-4-2.
Time se defendendo no 4-1-4-1. Wellington entre às linhas e Rúben sozinho mais à frente.

Time de 2018 que marcava num 4-4-2.
Cittadinni sai da linha pra pressionar e, a partir do encaixe, time volta ao 4-4-2.

   A equipe do ano passado atacava num 4-2-3-1, com o meia próximo do atacante e na mesma linha dos pontas, quase como um 2°atacante. Raphael Veiga, que fazia tal função, participava pouco da construção e procurava mais jogadas por dentro, pisando muito na área adversária. Já nos amistosos desse ano, jogamos com esse "meia" próximos aos volantes, ajudando muito mais na construção.
Time de 2018 atacando no 4-2-3-1. Meia não participa da construção e procura entrelinha.
Time desse ano com 3 "volantes" participando da construção.

   Estamos há 1 semana da estréia do Athletico na Libertadores e é bem provável que a equipe de Tiago Nunes deverá atuar nesse 4-1-4-1, tanto para defender como para atacar. Ele mesmo disse, em entrevista, que essa mudança é importante para o repertório tático da equipe, e que na temporada passada tais variações só não foram possiveis por ter assumido o cargo sem tanto tempo para treino . Tendo essa importante pré-temporada, certamente o Furacão vem bem treinado e com ótimas ideias para o início de 2019. Basta agora ao treinador a tarefa de escolher os 11 jogadores que conseguirão melhor executá-las, para então finalmente iniciar a temporada com o pé direito.

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